Por Douglas Busvine
DHARAMSALA, Índia (Reuters) - Uma delegação do Congresso dos Estados Unidos visitou o Dalai Lama na Índia, onde vive, nesta terça-feira, procurando chamar a atenção do mundo para a situação dos direitos humanos no Tibete no momento em que o presidente norte-americano, Donald Trump, se empenha em estreitar os laços com a China.
A líder democrata na Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, viajou com uma delegação bipartidária até uma cidade localizada em uma colina do Himalaia que serve de base para o líder budista de 81 anos. O encontro deve irritar a China, que vê o Dalai Lama como um separatista.
"Ao visitar Sua Santidade, o Dalai Lama, nossa delegação bipartidária vem em seu espírito de fé e paz. Fazemos esta visita para sermos inspirados por Sua Santidade e demonstrar nosso compromisso com o povo tibetano, sua fé, sua cultura e seu idioma", disse Pelosi.
A visita dos parlamentares acontece em um momento delicado para Trump. Durante sua campanha eleitoral, ele retratou a China como uma adversária comercial e manipuladora de moeda, mas agora quer o apoio do colega chinês, Xi Jinping, para conter a Coreia do Norte, que possui armas nucleares.
"Este é meu lar", disse o Dalai Lama apertando a mão de Pelosi depois de dar as boas-vindas à delegação em sua residência de madeira. Depois ele se corrigiu: "Este é meu segundo lar. Meu lar verdadeiro --outro lado".
Mais tarde ele refletiu sobre sua sina de refugiado desde que fugiu de sua terra natal em 1959.
"Aqui, nos últimos 58 anos, tenho sido o convidado mais longevo do governo indiano", disse o Dalai Lama. "Mas, emocionalmente, (tenho) alguma preocupação com o que acontece nas profundezas do Tibete, e também na China propriamente dita, onde há 400 milhões de budistas."
O Dalai Lama disse que está disposto a visitar a China, mas que isso não é possível enquanto Pequim continuar a considerá-lo um "divisor perigoso".
Depois da eleição de Trump, em novembro, o Dalai Lama disse desejar se encontrar com o novo líder dos EUA. Mas agora é improvável que o vencedor do Prêmio Nobel da Paz receba um convite para a Casa Branca --uma honra que presidentes norte-americanos recentes lhe concederam-- no futuro próximo.